24 de junho de 2011

Resumo do capítulo 1 do livro Linguagem e ensino de João Wanderley Geraldi

O fenômeno social da interação verbal é o espaço próprio da realidade da língua, isto em uma concepção sociointeracionista da linguagem. De acordo com Bachtin (1977): cada palavra emitida é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém.
No ensino e no estudo de uma língua não se pode deixar de considerar as diferentes instâncias sociais. A língua como produto da história, é marcada pelo uso e pelo espaço social deste uso. Assim, a língua nunca pode ser estudad como um produto fechado em si mesmo, porque o externo se internaliza, participando da construção deste mesmo produto.

* LINGUAGEM E PODER

Entre a força do dizer e a do fazer diferentes opções na história informaram à ação pedagógica no que diz respeito ao ensino/ aprendizagem da língua.
Na ideologia sustentada por Comenius (1627: XXIX - 4), tanto as escolas de línguas nacionais quanto as de latim, deveriam ser universais. Acreditando na escola e na sua universalidade permitiriam a visionários como Comenius esquecer o poder de persuasão do discurso, já que todos seriam instruídos, numa sociedade de escolarizados, seríamos "iguais" no uso da língua nacional.


*O ENSINO ISNTRUMENTAL DA LÍNGUA


A ideologia que sustenta a visão instrumentalista do ensino de língua, acaba por separar a forma de conteúdo, como se houvessem dois momentos: um primeiro em que se aprende a linguagem no sentido formal e um segundo em que se aprende o conteúdo transmitido por essa linguagem.
Todo conhecimento científico se desdobra num universo de linguagem; aceitando provisoriamente a língua usual ou criando uma para o seu uso, a Ciência requer necessariamente, como condição transcedental, um sistema de linguagem. (Granger,19680)


*A DIFERENTES INSTÂNCIAS DE APRENDIZAGEM


Do ponto de vista sociointeracionista da linguagem, a variedade linguística que a criança domina, em sua modalidade oral, foi aprendida nos processos interlocutivos de que participou.
Não se trata de trazer para o interior da educação formal o informal, tomando a interação dentro da sala de aula apenas com "recursos didáticos" de divisões de mundo, de conhecimentos ingênuos, etc. que ao longo do processo de escolaridade, iriam sendo substituídos por saberes organizados e sistemáticos.


*INSTÂNCIAS


As instâncias correspondem a diferentes espaços sociais dentro dos quais se dá o trabalho linguístico. Correspondem, pois, a diferentes contextos sociais das interações , o trabalho linguístico que neles ocorrem caracteriza-se diferenciadamente. São duas, as instâncias:


- PÚBLICA: atende a objetivos imediatos (satisfação de necessidades e compreensão de mundo).


- PRIVADA: interações face a face, o que implica a presença de interlocutores conhecidos.


A mais importante das aprendizagens é a compreensão dessas diferentes instâncias e junto a elas a compreensão da produção histórica de diferentes sistemas de referências.
É este movimento entre uma instância e  outra, e sua articulação necessária na compreensão, que uma concepção sociointeraionista da linguagem pretende recuperar dando aos processos interlocutivos das sala de aula lugar preponderante no processo de ensino/ aprendizagem da liguagem.




Post por Ana Paula, Camile e Laryssa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não deixa de comentar!